Estava assistindo Chicago P.D., lendo um livro e tomando uma
xícara de café - tudo ao mesmo tempo, creia-me - quando tive a ideia de escrever
o Virei Leitor. Não há nenhuma razão especial para ter escolhido esse nome - mó
sem graça, eu sei -, apenas me veio à mente e como não sou boa com ponta pés
iniciais – já deve ter percebido - decidi deixá-lo até que passou a soar bem.
Pelo menos na minha cabeça.
No entanto, há sim uma razão para ter
criado o blog, mesmo que ninguém ou quase ninguém, jamais o leia. Eu amor ler.
E como o título do blog eu virei uma leitora, por que nem sempre fui afeiçoada
a leitura.
Até os treze, quatorze anos eu apenas lia
quando forçada - obrigada, professores de português - e só o estritamente
necessário. Achava uma perda de tempo massiva e sem sentido. Ver alguém sentado
lendo me dava calafrios. Não via graça ou fundamento algum.
Minha mãe lia. Livros de romance baboseira Sabrina,
Julia e Jéssica - socorro! - vendidos aos montes em bancas de jornais.
As capas - exageradamente e por vezes erroneamente sugestivas - me davam asco.
De verdade. Até hoje sinto-me tentada a enviar e-mails para as supostas
editoras suplicando para pararem com isso. Enfim, por ironia do destino ou não
foi por essa terra de lágrimas e corações ora disparados ora partidos que
comecei minha história de amor para a vida toda com a literatura - suspiros.
Um dia qualquer peguei um desses livros,
aos resmungos internos de "pelo o amor de Deus" e "para que
tanto peito à mostra", e comecei a folheá-lo. O livro em questão era o
romance histórico Delphine, livro 02 da saga Os Acadianos escrito por Cherie
Claire. Segue a capa escandalosa do exemplar que li cerca de doze anos atrás:
Como todo bom romance há uma mocinha e um cavalo herói, que nesta história
são Delphine e Philibert. Ela é uma mulher bonita e sagaz - bela, recatada e do
lar - que se apaixona ainda muito jovem por ele que é sócio de seu pai. Certo
dia, julgando ter idade o suficiente para tal coisa, Delphine declara seu amor
por Philibert que como bom herói de "romance romântico" a rejeita,
tratando os sentimentos dela como uma paixonite adolescente. Devo ressaltar que
esse é um comportamento presente em noventa e oito por cento dos romances.
Magoada, Delphine foge para França onde tenta esquecer o fora vivendo com uma
tia - se não me engano, fazem muitos anos desde que o li – para quem faz
companhia. Durante o tempo que ficam separados rola muita coisa na história - é
um livro bem extenso - envolvendo conflitos políticos e guerra. Conflitos estes
que fazem com que Delphine e Philibert se encontrem novamente anos depois. Há
mentiras, traições, desentendimentos e beijos de arrancar suspiros - como todo
bom romance romântico, repito - até que o nosso herói bobão perceba que ela é a
mulher de sua vida.
Não é um grande livro, não mudou minha
perspectiva de vida. Mas foi o livro que me fez virar leitora. De alguma
maneira a história de Delphine - deixando de lado agora as brincadeiras
sobre o quão bobos esses romances podem ser - me cativou. Além de todo o
romance é uma história que fala sobre resgatar suas origens e respeitá-las, ter
honra e caráter. Acontecem batalhas em alto mar e há também conflitos em terra
firme onde o sangue literalmente jorra. Fala de arrependimento e perdão. Então
como as capas e resenhas geralmente sugerem não se trata apenas de beijos
cinematográficos e roupas rolando pelo chão. Há sempre uma história muito mais
complexa e encantadora por detrás de um casal que luta para ficar junto.
Enfim - consciente de que estou me
prolongando - eu quis mais depois de Delphine. Vieram mais romances como estes.
Foi assim que me apaixonei pela minha rainha - poderosíssima - Diana Palmer da
qual certamente falarei muito por aqui. Mas vieram também outros gêneros,
outros autores. Da pouco conhecida em solo brasileiro Cheire Claire eu fui à
Shakespeare, depois Aghata Christie, Tolkien, Stephenie Meyer, Michelle
Reid, J.K. Rowling, Liev Tosltói, Suzanne Collins e tantos outros. Nunca me
prendi à apenas um gênero, li tudo o que chamou minha atenção e o melhor de
tudo: não doeu nada. Não há nada melhor para mim hoje do que sentar
confortavelmente e passar horas e horas lendo, devorando letras, pontos e
virgulas. Alimentando minha alma. Eu amor ler!
Então essa foi minha pequena introdução ao Virei Leitor. Espero
não ter matado ninguém de tédio e não ter dito muitas coisas sem sentido - sei
que falei. Se alcancei alguém, continue por aqui. Não sou genial, mas amo uma
boa história independente do gênero ou da quantidade de mel que escorre das
páginas... Parei.
Até a próxima!

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