Após uma semana fritando neurónios e tentando roer as unhas - impedida pelo aparelho ortodôntico - enquanto
me decidia sobre qual assunto literário abordar por aqui, fazendo pesquisas e
anotações decidi que meu forte não é planejamento. Espontaneidade com
uma mescla de “última hora” fazem mais meu estilo. Por isso falarei de Will, protagonista
de uma das minhas sagas favoritas e que injustamente não é muito citada por ai.
A saga se chama Rangers – Ordem dos Arqueiros, do escritor
australiano John Flanagan. Em uma atmosfera medieval o livro 1 subtitulado
Ruínas de Gorlan narra a história de quatro órfãos acolhidos no castelo do
reino de Araluen, dentre eles Will. Este era um menino franzino que desejava
mais do que tudo ser aceito na escola de guerra e tornar-se um herói, protegendo
o reino como havia feito seu falecido pai. No entanto, no dia da escolha dos aprendizes
Will é rejeitado – o que é de partir o coração – ficando arrasado consigo mesmo
e com o rumo que sua vida tomaria agora que seu sonho havia desmoronado.
Tudo muda quando Will descobre que o Barão do castelo recebeu uma
misteriosa carta à seu respeito e sem poder conter sua curiosidade - e seus
instintos - ele decidi descobrir o que há nela. Demonstrando ser muito hábil no
ato de “esgueirar-se” pelos cantos, Will sai de seu alojamento, atravessando
espaços abertos e escalando até a torre do escritório do Barão, tudo sem ser
visto. Mas como diz o ditado: se está
fácil está errado. Antes que possa ler a carta Will é apanhado por Halt,
arqueiro de Redmont – cuja as habilidades extraordinárias deixam a todos
inquietos. O grande arqueiro que prestava serviços ao reino há muito já vinha prestando
atenção no jovem Will. E é isso que causa uma grande reviravolta em sua vida. A
pedido de Halt, Will se torna seu aprendiz, sendo levado para sua pequena casa
fora dos limites do castelo onde recebe um arco, uma flecha, um pequeno arsenal
de facas e uma capa manchada – armas secretas usadas por arqueiros. Além de um
burro de dar nos nervos.
Já acostumado aos modos silenciosos de Halt, além de sua postura
rígida, os dois – e Gilan, antigo aprendiz do arqueiro – partem em uma perigosa
missão que nada mais é do que capturar e matar Kalkaras, criaturas meio urso/meio
macaco com enormes dentes afiados que possuem a habilidade de paralisar de medo
quem quer que olhe em seus olhos, para assim devorá-los. Com essa aventura Will
aprenderá que suas modestas armas de arqueiros são mais importantes do que
pensava enquanto outras tramas perigosas se desenrolam ao redor do reino –
assuntos abordados nos próximos livros.
Ser um arqueiro nunca havia sido seu sonho ou sequer havia passado
pela cabeça de Will, mas saber que era apto para a função fez crescer a auto
estima do menino, mostrando à ele que todos tem um lugarzinho ao sol, mesmo
sendo diferentes uns dos outros. E essa mensagem – para mim – é simplesmente incrível.
Flanagan, o autor, disse certa vez que inicialmente escreveu os
livros para seu filho, que como Will era pequeno, diferente de todos os seus
amiguinhos encorajando-o a ler e também mostrando que não existem estereótipos,
– lindo! – que todos nós podemos ser heróis. A saga é um pouco longa, mas não
deixa de ser uma leitura gostosa e envolvente, cheia de emoções e reações. Das
lágrimas ao riso, da frustração ao “até que enfim!”. Vale muito à pena passar
um tempo com Will. E se eu fosse tu o faria logo, por que há previsão de filme
da saga para o próximo ano!
Até logo!

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