E tenho dito...

Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro...
- Jeremias 29.11

domingo, julho 3

Uma Aventura Em Terras Medievais

Após uma semana fritando neurónios e tentando roer as unhas - impedida pelo aparelho ortodôntico - enquanto me decidia sobre qual assunto literário abordar por aqui, fazendo pesquisas e anotações decidi que meu forte não é planejamento. Espontaneidade com uma mescla de “última hora” fazem mais meu estilo. Por isso falarei de Will, protagonista de uma das minhas sagas favoritas e que injustamente não é muito citada por ai.


A saga se chama Rangers – Ordem dos Arqueiros, do escritor australiano John Flanagan. Em uma atmosfera medieval o livro 1 subtitulado Ruínas de Gorlan narra a história de quatro órfãos acolhidos no castelo do reino de Araluen, dentre eles Will. Este era um menino franzino que desejava mais do que tudo ser aceito na escola de guerra e tornar-se um herói, protegendo o reino como havia feito seu falecido pai. No entanto, no dia da escolha dos aprendizes Will é rejeitado – o que é de partir o coração – ficando arrasado consigo mesmo e com o rumo que sua vida tomaria agora que seu sonho havia desmoronado.
Tudo muda quando Will descobre que o Barão do castelo recebeu uma misteriosa carta à seu respeito e sem poder conter sua curiosidade - e seus instintos - ele decidi descobrir o que há nela. Demonstrando ser muito hábil no ato de “esgueirar-se” pelos cantos, Will sai de seu alojamento, atravessando espaços abertos e escalando até a torre do escritório do Barão, tudo sem ser visto. Mas como diz o ditado: se está fácil está errado. Antes que possa ler a carta Will é apanhado por Halt, arqueiro de Redmont – cuja as habilidades extraordinárias deixam a todos inquietos. O grande arqueiro que prestava serviços ao reino há muito já vinha prestando atenção no jovem Will. E é isso que causa uma grande reviravolta em sua vida. A pedido de Halt, Will se torna seu aprendiz, sendo levado para sua pequena casa fora dos limites do castelo onde recebe um arco, uma flecha, um pequeno arsenal de facas e uma capa manchada – armas secretas usadas por arqueiros. Além de um burro de dar nos nervos.
Já acostumado aos modos silenciosos de Halt, além de sua postura rígida, os dois – e Gilan, antigo aprendiz do arqueiro – partem em uma perigosa missão que nada mais é do que capturar e matar Kalkaras, criaturas meio urso/meio macaco com enormes dentes afiados que possuem a habilidade de paralisar de medo quem quer que olhe em seus olhos, para assim devorá-los. Com essa aventura Will aprenderá que suas modestas armas de arqueiros são mais importantes do que pensava enquanto outras tramas perigosas se desenrolam ao redor do reino – assuntos abordados nos próximos livros.
Ser um arqueiro nunca havia sido seu sonho ou sequer havia passado pela cabeça de Will, mas saber que era apto para a função fez crescer a auto estima do menino, mostrando à ele que todos tem um lugarzinho ao sol, mesmo sendo diferentes uns dos outros. E essa mensagem – para mim – é simplesmente incrível.
Flanagan, o autor, disse certa vez que inicialmente escreveu os livros para seu filho, que como Will era pequeno, diferente de todos os seus amiguinhos encorajando-o a ler e também mostrando que não existem estereótipos, – lindo! – que todos nós podemos ser heróis. A saga é um pouco longa, mas não deixa de ser uma leitura gostosa e envolvente, cheia de emoções e reações. Das lágrimas ao riso, da frustração ao “até que enfim!”. Vale muito à pena passar um tempo com Will. E se eu fosse tu o faria logo, por que há previsão de filme da saga para o próximo ano!

Até logo!

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